1 – Nome, idade, profissão/ocupação profissional
Sou o David, tenho 31 anos e embora ser padre não seja uma profissão é o que me ocupa o coração e as mãos. Para além disso, agora particularmente, trabalho na Equipa de Pastoral Vocacional da nossa Província Salesiana, a nível nacional.
2 – Empenhos e ministérios eclesiais que desempenhas
Como padre salesiano, estou ao dispor da minha comunidade de irmãos e, além disso, como já o disse, faço parte da Equipa de Pastoral Vocacional, que é um ministério desafiante, visto que colaboramos com Deus neste mistério que é a vocação: seu discernimento e acompanhamento.
3 – Descreve o teu percurso de fé e como evangelizador
Costumo dizer que, até agora, fui agraciado por Deus ao longo de todo o meu percurso.
Tive uma família que não foi um entrave à graça de Deus. Fiz a primeira comunhão ajudado por uma religiosa que era única. Pertenci à Legião de Maria que era organizada por um padre muito próximo. Frequentei o Colégio Salesiano de Macau onde passei os meus melhores anos e onde Deus esteve sempre lá. Na minha adolescência, pertenci a um grupo de fé, que contribui decisivamente no discernimento da minha vocação. Depois ‘entrei’ nos Salesianos e fiz todo o percurso formativo (com seus altos e baixos) até ser ordenado sacerdote. Isto em relação à fé, de uma maneira esquemática, e por agora…
Como evangelizador: fui e continuo a ser amigo dos meus amigos e, às vezes, até dos meus inimigos; fui catequista; fui animador de grupos de fé; fui voluntário no Norte de Moçambique e na ilha de S. Vicente, em Cabo Verde; sou formador de jovens animadores salesianos; fui e continuo a ser diácono; sou padre; sou, esporadicamente, coordenador de actividades ao nível salesiano: Páscoas jovens, Acampamentos Nacionais, Encontros Nacionais e Campos de Férias; fui coordenador de pastoral de um colégio; e, agora, evangelizador a nível vocacional.
Não tenho razão em dizer que, até agora, fui agraciado, mesmo contando com os meus momentos de crise?
4 – Quais as maiores dificuldades que encontras no teu ministério?
No ministério do dia a dia, a maior dificuldade com que deparo é a minha própria conversão e a conversão dos outros. Eu e os outros, felizmente, e ainda que nem sempre me convenha, continuamos a ser um mistério difícil de abarcar. Isto convida-me insistentemente à humildade e ao reconhecimento de que, realmente, só Ele é Deus.
5 – Quais os maiores desafios que a catequese em Portugal enfrenta hoje?
Um dos desafios é o da inculturação. Deus para nos ‘catequizar’ encarnou. A nós custa-nos mais encarnar porque há mais resistências a vencer. Encarnar neste tempo, nesta sociedade, nestas culturas, na vida dos nossos destinatários, para que a mensagem seja inteligível. A disciplina pendente é, portanto, a da tradução…
6 – Qual a experiência de evangelização que mais te marcou, que mais te faz dar graças a Deus?
Cada experiência foi e continua a ser única e em todas procuro dar graças a Deus, mesmo que nem sempre de maneira consciente, porque Ele sabe o quanto me sinto agradecido. Ainda assim, as que mais me marcaram foram as minhas primeiras experiências de evangelização, sendo catequista dos da primeira comunhão e animador de pré-adolescentes. Recordo-as com mais carinho porque era novato, inexperiente e ‘mais apaixonado’ (espero que entendam…).
7 – Um momento, lugar, modelo de oração que gostarias de partilhar com os leitores do site
Buscamos tantos momentos, lugares e modelos de oração quando uma só é necessária: a eucaristia. Sendo a oração um encontro com Deus, a eucaristia é o momento, lugar e modelo de maior intimidade que Ele nos deixou. Todas as nossas outras orações devem nascer dali. Sejamos conscientes do incomparável valor da eucaristia!
8 – Um recurso pedagógico que gostasses de ver mais divulgado.
Não sendo propriamente um recurso pedagógico, gostaria que a Bíblia fosse mais lida, estudada e meditada. E talvez, então, o exercício do nosso ministério fosse mais ao estilo do ministério de Deus.